sexta-feira, 6 de maio de 2011

Haja cabeça pra tanta dor!!!!

Haja cabeça pra tanta dor!
Como diria Kid Mumú da Mangueira, “cacildis!” Esse primeiro dia aqui na terra da empanada foi uma maratona olímpica! De manhã tivemos um tempinho pra passar num locutório e escrever um primeiro post, acessar as redes sociais e checar emails. Fizemos tudo o que tínhamos que fazer e corremos atrás de um banco pra trocar dinheiro, mas as filas estavam enormes, impossibilitando a troca....
Voltamos para o apartamento em La Paternal e combinamos com o Matias o horário para nos encontrarmos na Rádio La Tribu, a rádio independente mais importante daqui de Buenos Aires, onde tínhamos uma entrevista agendada às duas da tarde. Segundo o Matias, a rádio surgiu há uns 20 anos como uma espécie de coletivo radiofônico, funcionando em um apartamento. Depois de seguidas mudanças de sede e um processo de crescimento, a La Tribu se consolidou, passando a contar com uma sede muito doida na Calle Lambaré, perto da Avenida Corrientes. Na casa antiga com uma fachada muito “lóki” (pintada por um artista bastante conhecido aqui em Buenos Aires de sobrenome Linniers) funciona um bar e, na parte dos fundos, a rádio. Quem nos recebeu foi Ernesto, muito simpático por sinal.  Nos sentimos bastante à vontade lá na rádio, o ambiente é muito descontraído e o trabalho é muito sério.  A entrevista foi ótima, Ernesto tem a moral no assunto, sabe concatenar muito bem os assuntos, fizemos uma entrevista sem “briefing” algum e parecia que tínhamos trocado uma idéia antes de entrar para gravar.
Ficamos na rádio ainda um tempão, conversando, conhecendo a galera e esperando para poder copiar o arquivo da entrevista, que vamos editar e disponibilizar alguns trechos aqui no blog. Quando saímos já eram 16:00 hs e tínhamos exatos 30 pesos no bolso. Tínhamos que trocar pesos para poder comprar um transformador, pois aqui é tudo 220v.  Fizemos as duas coisas em aproximadamente uma hora e meia, e conseguimos uma carona com o Javier, primo do Matías Conejo, para pegarmos uns amplificadores que vamos usar para praticar em casa enquanto não gravamos. Somos meninos aplicados, que ganham estrelinha da professora!
O trânsito em Buenos Aires faz a Antônio Carlos às 18:00 hs parecer coisa normal, globalizada. Demoramos quase uma hora para chegar na casa do Javier, e lá pegamos os amplificadores. Como o Javier não iria para perto de La Paternal, tivemos dar um jeito pra voltar pra casa.
Isso foi por volta das 18:30. Até agora nesse post não teve relato algum de a gente ter parado para comer. Pois é, não paramos, foi tudo na “vida lôka”, mano. Chegou no final da correria toda e todo mundo estava moído, com dor de cabeça de fome! Rsrsrs. Voltamos alguns na frente pra ir passando no supermercado (mais uma peculiaridade clássica daqui: os mercadinhos de bairro são todos de propriedades de chineses, de modo que a maneira mais corrente para denominá-los é “chino”. Entonces, a partir de hoy, todos los dias visitaremos algun chino por aça...), preparamos um rango, de modo que a dor de cabeça vai passou.
Chegamos à Rádio Nacional às 22:45. Lá encontramos com o Matias e com o Leandro Conejo, que nos apresentou ao pessoal da Rádio, todos muito solícitos. Cecília, uma das apresentadoras do programa, falou com Raul e Leandro Conejo um pouco sobre o programa, a entrevista e as nossas datas aqui, e logo entramos no ar. A segunda entrevista foi diferente, muito mais longa, intercalando perguntas ao Raul e ao Leandro, com músicas do 4Instrumental e dos Falsos Conejos. Foi interessante para fazer uma comparação com a cena independente nos dois países, constatando-se que no Brasil há uma certa facilidade (em comparação à Argentina) para a circulação de artistas e para a difusão da música nacional. Aqui na Argentina os ritmos locais são difundidos, mas apenas entre uma parcela da população. As pessoas mais abastadas consomem o que a indústria de massas lhes empurra, de maneira que um dos principais modelos de artista “juvenil” aqui é a Shakira.
Depois da entrevista estávamos muito cansados, mas o Matias nos propôs que fôssemos a uma milonga perto de San Telmo. Metade da galera relutou, mas acabamos indo, e foi uma grata suepresa. A pequena orquestra que tocou foi sensacional, todos os presentes afirmavam que se tratava de uma excelente apresentação. Como estávamos muito cansados, esperamos a orquestra terminar e fomos logo embora para dormir, pois amanhã (hoje, devido à falta momentânea de internet) temos um dia de burocracias, trocar dinheiro e tudo mais..
Bom, então é isso. Haja cabeça pra tanta dor! Mas a parada aqui é nefasta, o corre sinistro, e o bicho pega mesmo! Vai ser trabalho pesado todos os dias!
Aquele abraço!
4Instrumental + Carou

Um comentário:

Anônimo disse...

Tá muito gostoso acompanhar a estadia da banda na Argentina por aqui, através destes relatos. Continuem!

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