segunda-feira, 14 de março de 2011

As coisas vão se definindo...




É isso aí, como vocês puderam ver pelos relatos do Salgado, temos nos preocupado muito em mapear o nosso som para explorar melhor cada passagem, cada timbre. Os ensaios estão sendo pancada, e fora um contratempo ou outro, temos conseguido avançar a contento nas músicas.
Agora, nem só de música é feito um cd! Fora a ralação física e mental nos arranjos, estamos definindo a parte gráfica e a logística de gravação.
A arte do Cd ficará a cargo de Ana Pedrosa o Raphael Rodrigues, e a “boneca” (nada a ver com síndrome de infantilidade ou perversões sexuais...rsrsrs) nos foi apresentada na semana passada. O legal dessa arte é que ela contribuiu para a definição de um logotipo para a banda, sempre é bom investir no aspecto visual da nossa “marca”. A meu ver eles conseguiram explorar bem o numeral “4”, desenvolvendo uma logo que não é pura e simplesmente o nome da banda.
A gravação é um capítulo à parte nesse processo de definições.  Decidimos, depois muito discutir, que gravaremos grande parte do disco ao vivo. Todas as bases, incluindo bateria, baixo, guitarra base e teclado base, serão gravadas ao vivo mas separadamente,  em uma sessão conjunta. Os amplificadores de guitarra, baixo e teclado ficarão em uma sala separada, onde o som dos instrumentos será captado, enquanto na outra, onde estaremos tocando, será gravada a bateria. Decidido isso, fomos atrás dos estúdios para decidir aonde gravar.  Levamos um susto! Os preços dos bons estúdios aqui na região metropolitana de BH estão altíssimos, de forma que ficamos com dúvidas se poderíamos gravar um disco bom com a verba de que dispomos.
Aí veio a ajuda de nosso amigo Matias Conejo (sem o H no nome, conforme o mesmo me pediu!). Vendo a gente sofrer com os números, ele só jogou na roda uma idéia: “por que não gravar em Buenos Aires? Lá a gravação sairia tão mais barato que valeria a pena o deslocamento...”. Começamos a matutar essa idéia e em uma semana eu já estava caprichando no meu español macarrônico para pesquisar estúdios e preços.
Meu interlocutor foi Juan Stewart, responsável pela gravação do disco YYY, dos Falsos Conejos (http://www.mediafire.com/?tmtzabf4pt0i3ve). Muito simpático e solícito, ele nos indicou cinco estúdios em Buenos Aires e região metropolitana. Dos estúdios que indicou, dois passaram pela triagem da banda, o Estudio Del Cielito (http://www.facebook.com/home.php#!/pages/Estudio-del-cielito/123896367658846 ) e o Estudio ION (www.estidiosion.com) .O primeiro é muito doido, localizado fora de Buenos Aires e que conta com dependências para a banda – dormitórios, cozinha e até um campo de futebol (como se a gente soubesse jogar bola ou fosse querer fazer isso num estúdio doido como aquele...). O segundo se ajustou melhor aos nossos propósitos. Localizado no centro de Buenos Aires, o Estudio ION tem uma longa história de quase 60 anos, tendo recebido grandes artistas argentinos, como Luis Alberto Spinetta, Fito Paez, Charly Garcia, Pappo, além de ter sido o local de gravação da opereta “Santa Maria de Buenos Aires”, de autoria Alberto Ferrez e de um tal de Astor Piazzola. Foi declarado patrimônio cultural de Buenos Aires,  possui duas salas de gravação e um equipamento muito bom. Além do ótimo preço, pesou o fato de o Estudio ION ficar em local privilegiado, na Avenida Rivadavia, perto do Congresso, o que é providencial para nós, que queremos fazer uns shows lá em Buenos Aires.
Acertamos então a gravação das bases no Estudio ION entre os dias 9 e 11 de maio, para gravarmos as partes adicionais de guitarra, teclados/sintetizadores e flauta durante os dias 12 e 13 no Estudio El Árbol, do Juan Stewart, que será o nosso técnico/engenheiro de som. Ele contará com a ajuda do “Drum Doctor” Lulo. Muito doida essa parada do “Drum Doctor”. Quando o Matias falou eu entendi “Gran Doctor” e pensei: bom, uma ajuda medicinal nunca é demais..rsrsrs mas o Drum Doctor é uma mão na roda. O cara tem alguns kits de bateria, que atendem a diferentes tipos de som, além de caixas e pratos. Aí dependendo da música, troca-se a configuração, para novos timbres. Particularmente falando, como baterista, esse tipo de serviço deve existir aqui no Brasil, mas, pelos meus parcos conhecimentos, deve estar mais restrito a estúdios mega-profissionais, aqueles que não conseguimos pagar ou não possuímos o canal. Seria interessante um serviço desse para bandas de pequeno/médio porte, não demanda lá um investimento tão grande, ainda mais pra quem vai virar um “Drum Doctor”, ou seja, deve “comer bateria no café da manhã”.
Aí o Lulo me apareceu com duas opções de bateria que julgou interessantes pro tipo de som que a gente leva (o Juan passou pra eles links de apresentações nossas e vídeos de ensaios no youtube). Uma Premier 73 inglesa, com bumbo de 22’, surdo de 16’ e tom de 14’, segundo ele “muy cálida”, versátil, boa pra variações de dinâmica, mas com a desvantagem de ter um tom só. Segundo ele, vale a pena pelo timbre dela.  A outra é uma Pearl 78 japonesa, com um bumbo de 24’ (!!), surdo de 18’, tons de 13’ e 14’. Transcrevo aqui a descrição dada pelo Lulo pra batera: “La Pearl tiene un sonido grande grande, muuuuuy grande, y creo que es como para tocar fuerte todo el tiempo. Es un poco incontrolable, si tocás suave no suena...” . Chutem qual batera me sinto mais tentado a escolher....tocar forte não é problema, depois a gente mexe no volume......rsrsrsrs. Vamos ver, isso ainda vai ser definido.
Já esquematizamos um lugar para ficar em Buenos Aires entre os dias 6 e 16 de maio, período da nossa epopéia cucaracha! Ficaremos em um apartamento a poucas quadras do estúdio, para podermos ter mais tranqüilidade. Em breve postaremos mais definições sobre aparelhagem para a galera. Falou!

Raul Lanari